Confesso que, infelizmente não sou muito dada à literatura portuguesa, mas soube deste senhor numa aula de português, e nessa mesma aula, a minha professora disse para pesquisar-mos um poema dele relacionado com a mãe e advertiu-nos logo que era uma explosão de emoções. Não tenho a certeza se era este o poema a que a senhora se referia, mas quando me apareceu este à frente confesso que fiquei emocionada, e gostei do facto de que relata também as relações entre mães e filhos ao longo do crescimento, quer de uns quer de outros.Gostei tanto que li duas vezes... Eu sei não é assim tanto, mas para além das palavras a que ele se refere no poema, as que se escondem no meio das linhas do poema, são igualmente importantes. Para além deste poema, há também outros poemas igualmente lindos, que podem proporcionar uma agradável leitura. Fica aqui o conselho e se o seguirem, espero que gostem tanto quanto eu gostei. =D
Poema à Mãe:
No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe!
Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos!
Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais!
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura!
Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos...
Mas tu esqueceste muita coisa!
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!
Olha - queres ouvir-me? -,
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz:
"Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal..."
Mas - tu sabes! - a noite é enorme
e todo o meu corpo cresceu...
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas...
Boa noite. Eu vou com as aves!
Ass: Marta
eu sei que traí, mãe!
Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos!
Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais!
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura!
Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos...
Mas tu esqueceste muita coisa!
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!
Olha - queres ouvir-me? -,
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz:
"Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal..."
Mas - tu sabes! - a noite é enorme
e todo o meu corpo cresceu...
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas...
Boa noite. Eu vou com as aves!
Ass: Marta
o Tony Carreira faz poemas mais "lindos"
ResponderEliminarzé: com esse comentário lembras te me de um texto que li, que era uma crónica de Ricardo Araújo Pereira, em relação ao Tony Carreira. xD
ResponderEliminarAss: Marta
temos o mesmo livro de Lingua Portuguesa
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