Uma semana daquelas

Depois de andar uma semana desaparecida, entupida em trabalhos (individuais e de grupo), testes, trabalhos de casa, relatórios, aulas extra de reposição, e tudo o mais que os professores se lembram, assim sem mais nem menos, há última da hora, tudo o que me apetece mesmo fazer é ficar o fim-de-semana deitada na caminha, a ver séries, filmes, ou mesmo os desenhos animados do meu irmão.

Pode-se dizer que a preguiça está a bater à porta há horas, insistentemente a pedir que a deixe apoderar-se de mim. E também tenho direito, não tenho? Os professores estão todos neste momento refastelados nos seus belos sofás, com as famílias a ver televisão até à hora de jantar, e serão poucos aqueles que estão minimamente preocupados com aulas para dar e testes para cotar, etc, etc.

No entanto, os alunos, a quem todos decidem chamar preguiçosos cada vez que alguém refila das pilhas de trabalhos de casa, esses pobres coitados estão fechados nos quartos, abstraídos da família e do mundo lá fora, com a cabeça enfiada entre os livros...

E depois ainda têm a lata de dizer coisas do tipo: "Eu já andei na escola e não refilava tanto." ou "Quem me dera a mim estar no vosso lugar. Não fazer nada!" ou ainda "Não se queixem que trabalhar ainda vai ser pior:"

Senhores professores:

nº1: Já não estamos no "vosso tempo"! A escola, digam o que disserem, é cada vez mais exigente, e cada vez mais só os melhores conseguem o que querem porque o mercado de trabalho já não está como estava no vosso tempo, o que só nos põe mais stress em cima.

nº2: Não fazer nada, só se os senhores fossem uns baldas que não faziam nada na vida. E volto ao nº1 dizendo que hoje em dia só conseguimos ter o emprego que queremos com o dobro do esforço.

nº3: Senhora professora de filosofia, não me leve a mal, mas não é por os nossos cérebros estarem habituados a trabalhar à velocidade dos pixeis da tv e do pc que, tornando-nos hiperactivos, que nos deixam stressados de mais e sem poder parar, é a senhora e os seus colegas quem nos faz andar a 200 à hora. E se o que disse é verdade, então bem-dito o meu querido portátil, que se com o cérebro a trabalhar a mil à hora já não tenho tempo para nada, se nunca me tivesse habituado à velocidade dos pixeis do ecrã do computador, de momento estava a dar em louca, sem tempo sequer para respirar.

nº4:Dêem-nos lá um descontinho, que o pessoal também precisa de horas de sono! Ainda mais que os senhores. Depois queixam-se que estamos a dormir nas aulas. Ora, uma pessoa dorme pouco e depois é obrigada a ficar sentada uma hora e meia, muitas vezes a ouvir os senhores falarem de algo que bastava ler o manual para saber...

Pronto, hoje precisava de descarregar o stress da semana, para me poder a seguir dedicar à bela da matemática, e aos vectores, e às equações de segundo grau, e equações reduzidas das rectas, e sei lá mais o quê!

Acham que posso responder no teste como na figura?, Rita